Escolhendo uma Barbie

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Oi gente!

Hoje resolvi postar algo mais pessoal, só pra mudar um pouquinho e desabafar essa sensação que me consome desde o dia do acontecido. Uma noite dessas resolvemos sair, depois de 3 enclausurados anos (ter filho muda a rotina, 2 então, nem se fala!) com um casal de amigos nossos (eles também com dois filhos pequenos). Planejávamos jantar alguma coisa antes e depois cair na balada. Bom, começamos com uma insane procura por onde ir, cada lugar que íamos, como nos velhos tempos, estava estranho, um clima meio perigoso, cheio de craqueiros querendo cuidar do carro, lugares abarrotados de gente, enfim, depois de quase 2 horas, conseguimos parar num lugar, que alias, era do lado de casa… ok! Lugar escolhido, vamos ao menu. Para acompanhar aquela massa maravilhosa, vinho. Mais uma garrafa. Mais uma. Mais uma. Outra para fechar a conta. Sim, agora estávamos bem. Bem alimentados e “bem” no clima para enfrentar a night. Sorte nossa que o lugar era ali pertinho, podíamos ir andando. Quer dizer, meio cambaleando, como 4 adolescentes que recem conquistaram a carta de auforria dos pais e saiam rumo ao desconhecido. Quando chegamos na frente da superfamosa balada… estátua!!! Hãhã… é assim que ficamos os 4, do outro lado da rua olhando para aquele concurso de miss ou coisa parecida. Passado um pouco o susto e a bebedeira, consegui observar apenas uma coisa. Eu ainda tô muito zureta ou essas pessoas são todas iguais? Sim, todas as mulheres usavam o mesmo tipo de vestido (ultramegaminihiperjusto), o mesmo modelo de sapato, corte de cabelo e penteado, maquiagem – a maquiagem mudava um pouco, o tom cor-de-rosa do batom – a mesma postura. Os homens então, coitados! No meio de tantos peitos (ah, esqueci de dizer, acho que elas frequentam o mesmo cirurgião plástico) os pobrezinhos sentiam-se massacrados.  Eu, no alto dos meus 30 e poucos anos, reflexiva (um pouco além da conta devido aos aditivos consumidos antes), questionadora, ficava me perguntando: O que que aconteceu? Será que eu tô ficando velha, ultrapassada, fora de moda? Não é possível!!! Numa época em que a imagem é tudo, essa massificação da cultura confere a tudo um ar de semelhança. E também se faz de tudo pela imagem. Do botox aos retoques “made Photoshop”, o importante é deslumbrar. Um dos efeitos desta cultura de ícone é a padronização da beleza. O problema é que esta padronização esmaga a individualidade. E os homens, coitados, pouco a pouco estão sendo obrigados a se “cuidar” para se destacarem, conseguirem um lugar ao sol. Acho que assim que surgiu o metrossexual: o homem moderno que se “cuida” e é cheio de vaidades. Além de “cuidar” do peso e malhar diariamente fazem as unhas, sobrancelhas, pintam o cabelo, se depilam e alguns até usam maquiagem. Tudo isso só para se sentirem valorizados, porque supostamente pessoas feias são menosprezadas e humilhadas. Conclusão: essa padronização da cultura e, tão logo da beleza, cria seres plásticos (pra não dizer de plástico), idênticos, escravos de sua própria aparência. Sinceramente? Me senti num dos corredores das Lojas Americanas tentando escolher uma Barbie para mim, ah e o Ken é claro! Esse na verdade eu já escolhi. Tava enroscado no meu pescoço louco pra ir pra casa dormir de conchinha com nossos pijamas-moletons e se curar da ressaca.


2 comentários:

lereamar Says:
26 de agosto de 2011 às 14:22

Acho que agora a gente entende o significado da frase: "no meu tempo era diferente..." hehe... E bota diferente nisso!!!!!!!!

Bells Says:
30 de agosto de 2011 às 14:46

Disse tudo Tati, e olha que ainda to na casa dos vinte rssss. IMPOSSÌVEL escolher a Barbie quando são todas iguais, por isso que nos dias de hoje se leva qualquer uma. Todas fazem as mesmas coisas mesmo.

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