“ As ecovilas se encontram na vanguarda dos projetos de sustentabilidade do mundo…”
Há muito tempo venho me perguntando a que ponto nossas cidades terão que chegar para que alguma coisa seja feita? Aqui onde moramos, Florianópolis, está cada vez mais difícil encontrar a qualidade de vida tão almejada por quem buscou este lugar para viver. E eu digo isso porque o trânsito está parado - seja em qualquer horário ou lugar - obras inacabadas por todo lado, mal-feitas e que não são efetivas de fato. A segurança está nas mãos dos bandidos, porque polícia, não tem. Sistema de esgoto? Hahaha… aqui? Bom, deixa pra lá… Sem falar nos outros órgãos públicos, como Casan, Celesc, etc. Alguém já tentou resolver algum problema lá? Tenha paciência e perseveranca, um dia você consegue. Para fazerem uma calçada, coitados… levam meses a fio lutando contra a areia que “insixxxti” em subir pra cima da obra… Ô ventinho sul danado! Pois é gente, estou preocupada com o futuro que aguarda meus filhos. Viverão num caos? Aceitarão viver como os paulistas, a mercê duma situação caótica sem ter nada a fazer, apenas se adaptar? Meus amigos paulistas que me perdoem, mas considero vocês quase que mutantes. Já chegamos num ponto crítico ao meu ver, mas ainda dá tempo de fazermos diferente.
Numa das minhas incursões pelo mundo da sustentabilidade, descobri um projeto muito legal chamado Gaia Education (depois falarei sobre ele em outro post). Ele propõe um modelo de design sustentável para habitações no mundo. Dentre os projetos gostaria de falar sobre este, um dos pioneiros no assunto:
A Ecovila Findhorn é uma demonstração tangível da relação entre os aspectos espiritual, social, ecológico e econômico da vida. É uma síntese do melhor do pensamento atual sobre o habitat humano, uma ecovila pioneira que existe desde 1985. Encontra-se no coração do Reino Unido, em Moray, na Escócia.
É um importante centro de educação holística servindo 9.000 visitantes por ano e mais de 50 países. É um modelo em constante evolução usado como um recurso didático por um número de universidades e grupos escolares, bem como por organizações profissionais e municípios em todo o mundo.
A ecovila Fundação Findhorn entre todas as comunidades do mundo industrializado, registrou baixa recorde da pegada ecológica*. A pegada ecológica* é uma ferramenta que mede o consumo de recursos e a criação de resíduos ou de lixo, cada vez mais indispensável ao mundo de hoje em que a eficiência energética e a sustentabilidade são fundamentais no esforço para combater as alterações climáticas.
A pegada ecológica da ecovila é pouco mais que a metade da média nacional britânica, o que significa que um morador de lá consome apenas a metade dos recursos e gera a metade dos resíduos ou do lixo que a média dos cidadãos do Reino Unido. A ecovila alcançou a extraordinária marca: um grande número de pessoas aqui se alimenta de produtos orgânicos e cultivados no local– e isso faz a grande diferença na pegada ecológica. Muitos moradores vivem em casas eficientes em energia. Além disso, temos quatro turbinas eólicas em funcionamento. Esses moinhos de vento fornecem não apenas a eletricidade de que precisamos, mas também, com a abundância de ventos que temos aqui, nos tornamos exportadores de energia. Outro fator importante é o compartilhamento de facilidades e recursos, como por exemplo o refeitório comunitário, que registrou uma pegada ecológica de consumo de 46% da média nacional. Um alto índice de empregos na própria ecovila reduziu drasticamente a necessidade de deslocamentos – os deslocamentos dos moradores da ecovila por carro ou trem são apenas 5% e 40%, respectivamente, da média nacional.
A partir deste estudo, pode-se concluir que é possível reduzir significativamente nosso consumo de recursos mantendo uma alta qualidade de vida.
“ Ainda há muito a ser feito para que nossa pegada ecológica chegue aos níveis verdadeiramente sustentáveis a que se referem os especialistas. Isso inclui a construção de moradias mais ecológicas e um aumento no número de visitantes vindos de todo o Reino Unido. Esses números vêm crescendo nos últimos anos e já chegam a 45%.”
Para a brasileira May East, educadora e consultora para sustentabilidade, moradora de Findhorn há 15 anos, “as ecovilas se encontram na vanguarda dos projetos de sustentabilidade do mundo. O design de ecovilas reconecta as demandas locais às ofertas locais, se utiliza de tecnologia verde e enfatiza uma vida comunitária cooperativa e saudável. Esse planejamento integrado permitiu que a ecovila Findhorn reduzisse seu impacto sobre o planeta”.
A ecovila conta com:
- 55 prédios ecologicamente corretos;
- 4 turbinas eólicas;
- máquina biológica para sistema de tratamento de esgoto;
- sistemas de aquecimento solar de água;
- esquema global de reciclagem;
- banco próprio e moeda comunitária;
- habitações ecológicas para moradores e visitantes;
- escolas;
- refeitórios;
- hortas orgânicas;
- mercados;
-empregos locais;
Somos um membro fundador da Rede Global de Ecovilas (GEN), uma organização sem fins lucrativos que une um movimento altamente diversificado mundial de ecovilas e projetos relacionados. Autônomos trabalham com agências intergovernamentais e na criação de orientação política para o desenvolvimento sustentável e execução de programas dentro da escala de sustentabilidade. A Fundação Findhorn Ecovillage recebeu a designação de Melhores Práticas das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (Habitat).
2 comentários:
1 de setembro de 2011 às 10:15
Acho muito bacana a idéia de pensar numa vida sustentável e num futuro melhor para nossos filhos... Acho que é uma questão de nos educarmos e mudarmos nossas atitudes... Eu comecei reciclando lixo... Hoje, me sinto culpada quando não reciclo... Aqui em Tubarão, o Luiz Ângelo, pai de um amigo nosso, recicla lixo para vender e o dinheiro é revertido para uma instituição que ajuda famílias carentes... Uma iniciativa maravilhosa!!!!! É a sustentabilidade e a solidariedade caminhando juntas...
2 de setembro de 2011 às 15:40
O primeiro tema é uma realidade tão brutal que nos leva a perder o sono: ausência de segurança,de transporte coletivo ,etc. Isso gera o caos nas cidades não planejadas.É bastante oportuna a preocupação de vcs Parabéns. Q pessoas preocupadas com nosso futuro leiam e se deixem envolver com soluções destas questões
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